
A BIC chegou até a Contente com uma inquietação clara: o discurso dominante sobre autocuidado parecia ter virado sinônimo de rotina instagramável, com passo a passo cronometrado e checklist de perfeição. Nosso primeiro movimento foi abandonar a lógica de “dicas de beleza” e mergulhar em dados robustos de consumo, escuta social e análise de tendências que realmente mobilizam mulheres no Brasil. Mapeamos duas frentes decisivas: de um lado, expectativas cada vez mais performáticas — “se não postar, não conta” —; de outro, um desejo latente por rituais que façam sentido fora da lente do celular.
Com esse diagnóstico em mãos, construímos uma narrativa editorial que devolve ao autocuidado o status de escolha íntima, não de coreografia obrigatória. Em vez de elencar produtos ou criar antes-e-depois espetaculares, os carrosséis trazem recortes históricos sobre como as pressões estéticas se adaptam a cada década e costuram esses dados a reflexões sobre tempo livre, saúde mental e prazer desvinculado de aprovação externa. Cada conteúdo foi pensado para convidar à pausa, não ao espelho iluminado por ring light.
A linguagem segue a metodologia Contente: base factual somada a perguntas que acionam memória afetiva. Perguntamos às seguidoras quando foi a última vez que escolheram um cuidado só porque ele traz conforto imediato — e não curtidas. A caixa de comentários se transformou em fórum espontâneo de trocas de experiências reais.
Assim, a BIC passa a dialogar com mulheres que vivem realidades muito distintas, sem ditar manual único de autoestima. A Contente assume, mais uma vez, o papel de tradutora de tendências complexas em conteúdo que inspira, informa e acolhe.
O projeto foi traduzido em:
- Reuniões criativas e de co-criação com o cliente;
- Debriefing aprofundado para cada peça do projeto;
- 5 conteúdos estáticos em formato carrossel que alcançaram mais de 1,5 milhões de contas;
- 1 reels que cativava e aprofundava a mensagem da campanha.